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Plantas companheiras


Você sabe o que são as plantas companheiras?


Quando falamos em plantas urbanas, espaço é fundamental. Mas às vezes dá vontade de ampliar a quantidade de espécies de plantas, porém falta vasos ou canteiros para acomodar todas elas e também compromete o espaço que já é compacto. Uma dica para essas situações é misturar mais de uma espécie no mesmo vaso. Porém antes disso você precisa saber quais são as plantas que podem conviver sem prejudicar umas as outras.Algumas plantas precisam crescer sozinhas em um vaso ou canteiro porque são plantas invasivas, possuindo muitas ramificações e acabam roubando nutrientes das outras plantas. 



Como já podemos ver há diferentes objetivos e formas pelas quais as plantas podem ser interessantes juntas. Entre os objetivos, os mais usuais são a fertilização do solo, polinização, controle de pragas e doenças, controle de ervas daninhas e o melhor aproveitamento do espaço. Entretanto, outras razões podem ser importantes, como o aumento da concentração de óleos essenciais, que ocorre por exemplo, se plantarmos hortelã e melissa juntas. As diferentes razões não necessariamente precisam estar isoladas, pelo contrário, é frequente e desejável que mais de uma vantagem esteja presente quando utilizamos plantas companheiras.
Você sabe o que são as plantas companheiras?
1. Atração de polinizadores e insetos benéficos:
Muitas plantas só conseguem produzir bem se forem polinizadas por insetos, no entanto, elas não tem uma ótima capacidade de atrair estes polinizadores. Aqui entram as plantas companheiras. Plante junto, espécies muito atrativas, floríferas e ricas em néctar e pólen, que compartilham os mesmo polinizadores, e estes vão vir de longas distâncias fecundar seu jardim, horta ou pomar. Muitos insetos polinizadores, são predadores de afídeos em suas fases larvais ou mesmo parasitas de lagartas. Atraí-los traz uma vantagem dupla, já que além de polinizar, eles vão ajudar a controlar as pragas que tanto prejudicam as plantas. O cesto-de-ouro por exemplo tem a excelente reputação de atrair insetos benéficos que são polinizadores e predadores ao mesmo tempo. Plante-o com couves e outras brássicas, principalmente se você deseja produzir sementes de forma orgânica.

2. Armadilha:
O cultivo do tipo armadilha, envolve o plantio de espécies que atraem pragas ou doenças e assim, mantém o cultivo principal livre desses males. Para exemplificar, não podíamos deixar de citar o uso das capuchinhas. As capuchinhas são super atrativas para borboletas e mariposas, que as procuram para depositar seus ovos, que se desenvolverão em lagartas. Ao plantar capuchinhas consorciadas com alfaces ou couves, manteremos estas últimas protegidas de ataques destrutivos de lagartas.

3. Repelir pragas:
Assim como há plantas que atraem insetos, outras tem o poder de repelir fortemente esses indesejáveis visitantes. É o caso de plantas repelentes. Através de fortes aromas ou de substâncias químicas liberadas no solo e no ar, elas mantém pulgões, lagartas, nematóides e até mesmo fungos, entre outros, à distância. É o caso dos tagetes, também conhecidos como cravos-de-defunto. O plantio consorciado destas plantinhas ajuda-nos a proteger cultivos desde pequenas hortas e canteiros até grandes plantações.

4. Investimento protegido:
O cultivo de duas diferentes espécies num mesmo espaço, aumenta a probabilidade de ganhos, mesmo que uma das culturas acabe falhando e produzindo pouco ou nada. Este caso, pode levar ou não em consideração a interação entre as plantas, o que é bem interessante, mas o objetivo maior é econômico. De nada adianta aqui consorciar plantas se uma ou ambas não tiver valor para nós. Um exemplo é o plantio associado de pimenta e café no sudoeste da Colômbia ou mesmo o caso da técnica das três irmãs. Independente de as plantas serem úteis mutuamente, tanto o abóbora, como o milho, quanto a vagem, podem ser utilizados. Quando fazemos uma horta, e agrupamos as espécies que requerem cuidados semelhantes, é este tipo de vantagem que procuramos também.

5. Maior nível de interação:
Quando duas ou mais plantas crescem a diferentes níveis do solo no mesmo espaço, e uma serve à outra, como no caso da técnica das três irmãs, quando a planta mais baixa cobre o solo, a mais alta pode servir de suporte e uma terceira que é trepadora. O número de plantas não é o importante neste caso, pode ser duas a múltiplas espécies. O importante é a interação vantajosa entre elas e o aproveitamento do espaço, tanto terrestre, quanto aéreo.

6. Aumento da fertilidade do solo:
Este é o caso clássico da fixação de nitrogênio, através da utilização de plantas da família Fabaceae, como feijões, vagens, ervilhas, grão-de-bico, trevos, consorciados com outras espécies. As plantas desta família, através da simbiose com microorganismos conhecidos como rizóbios, presentes em nódulos especiais de suas raízes, conseguem converter o nitrogênio do ar em amônia e nitratos, assim este nutriente essencial pode ser absorvido e aproveitado pelas plantas. O plantio consorciado em pastagens, de trevo-branco com aveia é um excelente exemplo. A aveia cresce forte e os animais que se alimentam dessa pastagem, de quebra, conseguem uma quantidade enorme de proteínas. Na horta, quando pensamos nesta alternativa, podemos lançar mão de feijões e vagens nas entrelinhas de outras espécies, ou até mesmo na rotação de culturas, que estaremos melhorando a fertilidade do solo ao mesmo tempo que produzimos alimentos.


7. Escudo protetor:
Esta é uma vantagem bem simples de compreender. Ela ocorre quando uma espécie serve de quebra ventos a outra mais sensível, como quando construímos uma densa cerca viva em um terreno descampado para proteger o jardim, a horta ou o pomar em formação, de ventanias fortes, que possam quebrar os ramos, dificultar o crescimento, derrubar flores e frutos. Outro escudo protetor acontece quando uma planta serve de sombreamento para outras, evitando que o sol muito forte queime as folhas sensíveis e delicadas da planta de sombra. Quando plantamos uma orquídea no tronco de uma árvore é este tipo de interação e companheirismo que buscamos. Quando um processo de reflorestamento é iniciado, muitas espécies pioneiras são plantadas, para que assim, se crie um ambiente sombreado, protegido e propício ao desenvolvimento de espécies de sucessão, tão importantes para o enriquecimento e manutenção da floresta que se inicia.

8. Ruptura de padrão:
Neste caso, o objetivo é quebrar o padrão, isso mesmo. Em monocultivos, as pragas tendem a se espalhar rapidamente de uma planta a outra, pois reconhecem facilmente sua planta alvo. Quando rompemos o padrão das folhas (tamanho, altura, textura, aroma), os insetos não conseguem se espalhar com a mesma facilidade, e muitas vezes, por não encontrarem as plantas hospedeiras, acabam abandonando a área. Esta vantagem já foi comprovada cientificamente utilizando-se trevo intercalado com couve, de forma a prevenir a mosca-da-couve. Esta mosca procura o encontro do solo com a couve, pois coloca seus ovos bem no colo da planta. A utilização do trevo, confunde o inseto, que não consegue definir esses limites. Neste caso, houve uma redução de 36 para 7% no número de moscas-da-couve que conseguiu depositar seus ovos.
Agora que você já sabe as diferentes razões e interações de porquê as plantas companheiras, basta saber quais são boas companheiras para cada uma. Mas tenha cuidado, pois assim como uma espécie pode ser companheira de uma planta, esta mesma espécie pode ser antagônica a uma outra. Portanto há que se ter muito cuidado na escolha.

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