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Árvores em extinção no nosso país

Em muitas culturas, lendas contam que as árvores têm alma. Em algumas, elas seriam as guardiãs das florestas. Na Amazônia, os locais contam a história da gigante Samaúma, também chamada de sumaúma(ceiba pentranda), que pode atingir até 70 metros de altura. A árvore sagrada para os indígenas seria “a mãe de todas as árvores”. Assim como oito mil outras espécies de árvores, a samaúma é nativa do Brasil. Nosso país tem o maior número de diferentes espécies do planeta. Das 60.065 árvores identificadas no mundo, 14% delas estão em solo brasileiro.

Os dados são do estudo Global Tree Search, realizado pela Botanical Gardens Conservation International, em 2017.  A pesquisa apurou números, nomes de espécies e a distribuição de árvores em seus respectivos países.
Todavia, infelizmente, algumas das árvores brasileiras estão ameaçadas de extinção, entre elas, aquela que se tornou símbolo da nação: o pau-brasil.
“Quando pensamos na extinção de uma espécie, precisamos pensar nela como integrante de uma realidade maior. Com o desaparecimento de uma árvore, é como se o ecossistema perdesse um órgão. Isso enfraquece todo o bioma”, explica Carlos Augusto Figueiredo, professor do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIRIO) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza.
Confira abaixo as sete espécies de árvores com risco de desaparecer das florestas brasileira:

Pau-brasil: A árvore que batizou o país começou a ser explorada em 1503. Com altura entre 10 e 15 metros, a espécie era encontrada em grande quantidade na Mata Atlântica e chegou a ser considerada extinta. Foi redescoberta em Pernambuco, em 1928. Em 1978, por meio da Lei nº 6.607, o dia 3 de maio foi instituído como o dia oficial do pau-brasil.



Castanheira-do-Brasil: nativa da Amazônia, pode atingir entre 30 e 50 metros de altura e chegar a 2 metros de diâmetro. É uma das árvores mais altas da região amazônica, crescendo nas margens de grandes rios.

















Braúna: natural da Mata Atlântica e com altura que varia entre 20 e 25 metros, a braúna possui cor acastanhada e, quanto mais o tempo passa, mais escura sua casca se torna.














Cedro-rosa: de grande porte, essa espécie pode ser encontrada em diferentes biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado e também na Mata Atlântica, sendo mais abundante entre os estados do Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Alcançando até 30 metros de altura, a árvore produz um fruto que, ao abrir para soltar suas sementes, assume a forma de uma flor de madeira.





Araucária: também conhecida como pinheiro-do-paraná, a árvore símbolo do estado produz uma semente conhecida como pinhão, usada na alimentação de animais silvestres, domésticos e do homem. Com uma quantidade cada vez menor desta espécie na natureza e com os frutos também sendo consumidos pelo homem, aves que dependem da semente para alimentação, como o papagaio-charão e o papagaio-de-peito-roxo, que atualmente estão ameaçados de extinção, são prejudicados.




Mogno: também conhecido como Aguano, Araputanga e Acapú. Natural da Amazônia, a espécie tem sua cor como uma característica predominante – varia do marrom avermelhado ao vermelho. Com crescimento rápido, a árvore pode atingir 4 metros com apenas dois anos de idade.










Jequitibá-rosa: chega até 50 metros de altura e é nativa da Mata Atlântica. O exemplar de jequitibá-rosa de Santa Rita do Passa Quatro é considerado a árvore mais antiga do Brasil, com idade estimada de 3.000 anos.


*Com informações da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, entidade que reúne profissionais atuantes em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.