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Coccoloba - A maior folha do mundo




Coccoloba gigantifolia: árvore da Amazônia com folha gigante é descrita pela ciência 9 de março de 2020 Mongabay Brasil No Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), em Manaus, uma imensa folha seca emoldurada é uma atração local há décadas. Mas a espécie de árvore a que pertencia era desconhecida – até agora. Exemplares semelhantes ao que está exposto no INPA já haviam sido encontrados em expedições à região do Madeira na década de 1980, mas foi impossível identificá-los na ocasião – as árvores não estavam produzindo flores ou frutos no momento, partes essenciais para se descrever uma espécie de planta. Além disso, suas folhas eram grandes demais para desidratar e transportar até Manaus. 

Finalmente a descrição científica Foi mais de uma década depois, em 2005, que Gribel e seu colega Carlos Alberto Cid Ferreira coletaram algumas sementes e flores murchas de uma árvore na Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia. Como esses materiais não eram adequados o suficiente para descrever a espécie, eles plantaram as sementes no campus do INPA, cultivaram as mudas e esperaram. 



A paciência que tiveram deu frutos 13 anos depois. Literalmente. Em 2018, uma das árvores plantadas floresceu e frutificou, dando-lhes finalmente o material botânico necessário para descrever a nova espécie. “Estamos muito felizes e orgulhosos de, após o longo período de rastreamento de uma espécie tão peculiar e relativamente rara, conseguir ter sucesso em obter as flores e os frutos, que são estruturas essenciais para descrever uma nova espécie para a ciência”, diz ele. 

 Gribel e seus colegas, que descreveram a espécie em um artigo recente publicado na Acta Amazonica, deram à árvore o nome de Coccoloba gigantifolia – uma referência às suas folhas gigantes. Uma vez formalmente descrita, os pesquisadores argumentam que a espécie é provavelmente rara e tem um alto risco de extinção. Exemplares da Coccoloba gigantifolia foram registrados apenas na bacia do Rio Madeira, em Amazonas e Rondônia, áreas atualmente impactadas por projetos de infraestrutura, como barragens hidrelétricas, estradas e empreendimentos agropecuários. “Os trechos médio e baixo do Rio Madeira ainda conservam grande parte de sua floresta, mas o desmatamento tem crescido rapidamente nessas áreas, especialmente no nordeste de Rondônia e no sul do Amazonas”, diz Gribel.

 “A represa de Samuel, no Rio Jamari (e possivelmente as hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau, no Rio Madeira), inundou dezenas de milhares de hectares de florestas com Coccoloba gigantifolia e pode ter afetado negativamente as populações [da árvore]. A pavimentação em andamento da rodovia BR-319 também aumentará o desmatamento em toda a região do Médio e Baixo Madeira.”






Coccoloba tem cerca de 2,5 m de comprimento por 1,44 m de largura.
Pesquisador critica falta de incentivos para desenvolvimento de pesquisas.



Um comentário:

  1. Ótimo trabalho!
    Temos três exemplares em nossa propriedade.
    Parabéns!

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